29/01/2018 | Autor: Saulo Pinto - Supervisor Técnico Comercial Tortuga | dsm-firmenich
O produtor de leite e de café Marco Antonio Costa já está na atividade há muito tempo, seguindo os passos do avô. Há 10 anos, passou a investir fortemente na pecuária leiteira e, hoje, sua propriedade possui mais de 400 animais, sendo 170 em lactação, com produção média de cinco mil litros de leite por dia. E o que faz a diferença na Fazenda Córrego D’Antas, no município de Cristais (MG), é a preocupação em agregar valor à produção respeitando o meio ambiente.
Cliente do Programa de Incentivo à Tecnologia Tortuga - PITT, Marco Antonio conta que sempre se preocupou com a sustentabilidade e, em cada canto da fazenda, é possível ver algo que ele reciclou, reutilizou ou adaptou para a sua propriedade.
Além do menor impacto ambiental, há, também, a redução de custos. Sempre de olho em tudo, em uma de suas “andanças” pela fazenda, ele observou o descarte das cascas de café e dos dejetos dos animais no barracão. Depois de muito pensar, viu a possibilidade de juntar os descartes e fazer algo que diminuísse os problemas ambientais, mas precisava saber como fazer.
“Fui estudar, pensar em como desenvolver o projeto. Então, descobri que a máquina que existia era só para dejetos de suínos e aves. Entrei em contato com o professor Paulo Armando Victoria de Oliveira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, lotado no Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves. Ele tem larga experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Engenharia de Construções Rurais e Ambiência, é especialista em compostagem da Embrapa e foi ele quem me deu a dica. Fui para Xanxerê, em Santa Catarina, conhecer o processo de produção, conversar com a equipe de lá, ver como era a máquina e entender como adequá-la para as condições de dejeto bovino, já que não havia esse modelo. Essa é a primeira aqui no Brasil, avaliada na EMBRAPA para a compostagem de dejetos de suínos, produzida e adaptada para bovinos pela empresa Battiston Engenharia, segmento de bioenergia”, explica Marco Antonio Costa.
Ele, então, elaborou um projeto de ampliação e modernização da atividade (2015-2019), no qual descreveu sua produção atual, apresentou como seria a evolução do rebanho ao longo dos anos, os equipamentos e as tecnologias disponíveis, fez uma avaliação econômica, discursou sobre a geração de empregos e o respeito ao meio ambiente e fez uma proposta de fluxo de crescimento e investimento. Com o projeto pronto e bem amarrado, a instituição financeira aprovou e liberou o financiamento através do Programa Inovagro.
Processo biológico de decomposição microbiana controlada de matérias de origem orgânica, a compostagem é realizada por microorganismos em um ambiente úmido, aquecido e aeróbico, com produção de dióxido de carbono. O processo resulta no que chamamos de adubo orgânico, ou composto orgânico, que pode ser usado nas lavouras. Atualmente, a compostagem tem sido bastante utilizada como uma alternativa para o descarte ambientalmente correto de resíduos, em diferentes atividades agropecuárias.
Na fazenda de Marco Antonio Costa, os dejetos bovinos que passam pelo processo de compostagem são utilizados como adubo orgânico, tanto no plantio do café quanto do milho. Além dos dejetos dos animais, a casca de café da fazenda e das propriedades de alguns parceiros também é utilizada no composto. Todos os dejetos que saem do barracão dos animais são bombeados com a água de limpeza da ordenha. Depois, o material é revolvido pela máquina de compostagem em um sistema totalmente mecanizado e, após 60 dias, o biofertilizante está pronto para ser utilizado. São cerca de 300 toneladas a cada dois meses, e todo o processo protege os rios e os córregos.
Além de diminuir o impacto ambiental, o produtor garante que há, também, benefícios sociais e financeiros. O exemplo de Marco Antonio tem se espalhado pela região, onde ele está diretamente envolvido com projetos de empreendedorismo, desenvolvimento e sustentabilidade, e tem firmado parcerias com serrarias e outros produtores de café. “Para quem me deu casca de café e quer de volta o composto, eu passo uma parte. E tem o pessoal das serrarias, que oferece o material. Além disso, vamos destinar uma parte para as hortas comunitárias em Campo Belo (MG). Assim, cria-se uma rede positiva. O impacto ambiental diminui, todo mundo ganha”, destaca.
Quando o assunto é retorno financeiro, Marco também afirma que esse tipo de projeto ajuda na rentabilidade do negócio. Em sua opinião, o que pode dificultar o investimento em sustentabilidade por parte dos produtores é a falta de informação e o medo do produtor com relação à imprevisibilidade do mercado. “Nós queremos mostrar essa tecnologia para os produtores aqui de Minas, trabalhar a previsibilidade, para que eles não tenham medo de ser sustentáveis. É importante pela máquina de compostagem em um sistema totalmente mecanizado e, após 60 dias, o biofertilizante está pronto para ser utilizado. São cerca de 300 toneladas a cada dois meses, e todo o processo protege os rios e os córregos.
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